Projeto do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro oferece apoio psicológico e social a acompanhantes de pacientes

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Projeto acontece às sextas-feiras na área de convivência do Hospital (Foto: Álvaro Miranda)

Sexta-feira é dia de roda de conversa entre acompanhantes de pacientes e profissionais do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro. Idealizado para contribuir com o bem-estar físico e mental de familiares e cuidadores, o projeto ‘Acompanhando quem acompanha’ tem um olhar dedicado para quem vivencia a internação sob uma outra perspectiva. “Sabemos que o acompanhante tem papel fundamental para o paciente durante a internação hospitalar e, por isso, também precisa ser acolhido em suas angústias, preocupações e medos”, afirma a psicóloga Thalita Mendonça.

Iniciado em junho deste ano, o projeto está inserido na Unidade de Cuidado Ao Paciente Com Alta Dependência (UCAD) do Hospital Dr. Célio de Castro, composta por 40 leitos e dedicada aos pacientes em situação clínica que demanda maior cuidado da equipe de enfermagem. “A rotina de uma família muda repentinamente quando um de seus membros é internado e não é raro uma única pessoa assumir o papel de acompanhante e passar dias ou até meses internada junto com o paciente. Por isso, a necessidade de o acompanhante ter um espaço e um momento para ele, para que possa falar, ser escutado e trocar experiências”, explica a assistente social Leila Cristina Alves de Souza.

Por essa razão, as rodas de conversa ocorrem ao ar livre, na área de convivência do Hospital. “É um grupo de ajuda mútua para compartilhar vivências, para que os integrantes possam se ajudar de forma solidária, apoiar e confortar uns aos outros. Não é raro que relações de amizade surjam desses encontros e que o vínculo com a equipe assistencial seja reforçado”, salienta Thalita Mendonça.

“Iniciativa extraordinária” – Maria Aparecida de Paula Santos, 54 anos (Foto: Álvaro Miranda)


Com a irmã há 20 dias internada no Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, a técnica de enfermagem Maria Aparecida de Paula Santos, 54 anos, participou do último encontro do projeto. “Por ser da área da saúde, achei a iniciativa extraordinária. Nunca vi uma experiência como essa em lugar nenhum. Ter esse olhar para o acompanhante é uma novidade para mim”, relata.

Leila Cristina Alves de Souza e Thalita Mendonça (Foto: Álvaro Miranda)

Objetivos
Conduzido pela equipe multiprofissional do Hospital, o projeto tem como objetivos proporcionar cuidado, estímulo e atenção ao cuidador ou acompanhante, dar suporte nos aspectos psíquicos e sociais, ser um espaço de acolhimento e esclarecimento de dúvidas, debater o papel do acompanhante, o conceito de cuidador e o sentido de cuidar.

A cada sexta-feira, um tema é escolhido para a roda de conversa. “Um dia antes passamos de leito em leito convidando os acompanhantes a participarem. Além do bate-papo, fazemos dinâmicas, exibimos vídeos, escutamos música. Em períodos de longa internação, os acompanhantes vivenciam sentimentos diversos que se manifestam tanto emocionalmente quanto fisicamente. Por isso, acreditamos que os acompanhantes precisam de um espaço e de estratégias de enfrentamento do atual contexto, de um lugar para falar e ser escutado”, salienta Thalita Mendonça.

Lei do acompanhante
A Lei nº 8.069, de 1990, assegura o direito acompanhante em caso de internação de crianças e adolescentes, mulheres grávidas e nos pós-parto, pessoas com deficiência e idosos.