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O I Fórum Interinstitucional em Cuidados Paliativos do Hospital Célio de Castro reuniu referências do SUS, da rede privada e de comunidade compassiva para discutir práticas e perspectivas em cuidados paliativos.
Espaço para compartilhamento de histórias e aprendizados, o evento ocorreu nesta quinta-feira, 16 de outubro, no mês em que se celebra o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos.
Anualmente a The Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA) lança um tema para ser trabalhado globalmente.
A reflexão proposta para este ano é ‘Cumprindo a promessa: acesso universal aos cuidados paliativos’ e ela dá continuidade ao tema de 2024 em que se celebrou os 10 anos da publicação da resolução que recomenda incluir os cuidados paliativos nos planos de cobertura universal de saúde.
A médica paliativista do Hospital Célio de Castro, Armanda Resende, e a diretora de recursos terapêuticos, diagnóstico e segurança assistencial, Juliana Pantuza, deram as boas-vindas ao público presente na abertura do Fórum.
Na sequência, a enfermeira do Hospital Célio de Castro, Adriana Fernandes, a coordenadora do serviço de cuidados paliativos do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Ana Ruganni, e a coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso do Hospital Odilon Behrens, Laís Samara, compartilharam as experiências das instituições, a evolução do cuidado e os desafios que ainda persistem quando o assunto é cuidado paliativo.
“A história dos cuidados paliativos no Hospital Célio de Castro nos mostra alguns elos frágeis que envolvem o tema como o conhecimento limitado sobre o que é o cuidado paliativo, a obstinação terapêutica que acompanha a formação dos profissionais de saúde e o sofrimento profissional no cuidado de fim de vida. Por outro lado, a experiência da nossa instituição mostra que o apoio da gestão e a educação permanente influenciam a cultura na superação desses desafios”, pontua Adriana Fernandes.
A Equipe de Atenção Domiciliar de Belo Horizonte (EMAD) também esteve presente no evento e foi representada pela enfermeira Olivia Villefort que mostrou a perspectiva da assistência prestada em casa aos pacientes.
A terapeuta ocupacional Gabriela Raposo, coordenadora do Cabana Compassiva, falou da experiência da comunidade compassiva no Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte.
O objetivo das comunidades compassivas, conceito de Allan Kellehear, é promover a criação de redes de apoio dentro das comunidades, como meio de transformação do cuidado da saúde e do social.
Ou seja, o conceito desloca o centro do cuidado, que deixa de ser exclusivo do sistema de saúde e passa a envolver sociedade civil e vínculos comunitários.
“Lugar não é espaço físico, é espaço humano”. Raposo apresentou uma síntese popular de conceitos da geografia humanística que pensa o lugar como uma experiência humana, construído socialmente e culturalmente e não apenas como uma coordenada física.
A palestrante convidou o público presente a pensar o quanto a sociedade tem se distanciado da vida em comunidade e se isolado em seus espaços físicos, o que é um desafio para viabilizar a experiência da comunidade compassiva.
Coordenador da equipe multidisciplinar de cuidados paliativos do Hospital Felício Rocho, o médico João Paulo Campos trouxe a experiência de um serviço da rede privada.
A presidente da Academia Estadual de Cuidados Paliativos de Minas Gerais, da Sotamig, Camila Valverde falou sobre os desafios para colocar em prática a Política Nacional de Cuidados Paliativos, lançada em 2024.
O diretor assistencial, ensino e pesquisa do Hospital Célio de Castro, Bruno Belezia encerrou o evento agradecendo a participação dos palestrantes e público.
Cuidado Paliativo no HMDCC
A jornada nos cuidados paliativos do Hospital Célio de Castro teve início em 2019. No ano seguinte, em 2020, a instituição publicou sua Política em Cuidados Paliativos. Desde então, o tema tem crescido em força e envolvido cada vez mais profissionais de diferentes categorias e em um modelo transdisciplinar.